As lesões de pele acontecem quando há uma ruptura da continuidade do órgão, podendo atingir a derme, hipoderme e até mesmo tecidos mais profundos, como os músculos e órgãos.
Qualquer ferida representa um risco, pois aquele local que antes era coberto por uma camada de proteção (a pele) passa a estar exposto ao meio externo, que contém microrganismos e outros fatores que podem ameaçar a saúde da pessoa de alguma forma.
As feridas de pele podem ser agudas, quando tem início e cura rápida, como aquelas traumáticas ou cirúrgicas. Ou podem ser crônicas, quando o processo é mais demorado, como no caso das úlceras por pressão.
Acompanhe o texto a seguir para saber mais sobre esse tipo de lesão.
O que são as úlceras por pressão?
A úlcera por pressão, também conhecida como lesão por pressão, é uma ferida que atinge a pele e tecidos subjacentes e que acontece principalmente devido a um aumento da pressão externa. Normalmente, elas surgem em locais de proeminências ósseas, onde há uma grande pressão entre o osso e a superfície na qual ele está apoiado. Esses locais são:
- lombar, sobre o osso sacral;
- trocanteres (lateral do quadril);
- calcanhares;
- maléolos (ossos internos localizados entre o pé e a perna);
- escápulas;
- ísquios (ossos das nádegas);
- occipital (base posterior da cabeça);
- outros menos comuns (cotovelo, dedão do pé, ombros, queixo, orelha, coluna).
A compressão causada pelo contato da proeminência óssea com alguma superfície deixa o tecido do meio “esmagado”, de forma que ele não consegue receber sangue suficiente. O sangue é o responsável por trazer oxigênio e nutrientes para nutrir as células e, sem ele, inicia-se um processo de morte celular, gerando a ferida de “dentro para fora”.
Antes do surgimento da lesão, o local fica avermelhado, com temperatura mais alta e com alta sensibilidade.
As úlceras são classificadas de grau 1 a 4, de acordo com a sua gravidade. No grau 1 há apenas os sinais iniciais e o problema pode ser evitado com algumas medidas. A medida que os graus avançam, tecidos mais profundos vão sendo atingidos. No grau 4, há comprometimento de músculos e ossos.
Quais são os fatores de risco para desenvolver o problema?
A pressão local associada ao cisalhamento são os principais fatores de risco para o surgimento de úlceras por pressão. O cisalhamento é deformação da pele que acontece quando as forças que agem sobre ela provocam um deslocamento em direções opostas. Por isso, as pessoas acamadas e com pouca movimentação são as mais atingidas pelo problema.
Outros fatores de risco são:
- idade: pessoas idosas têm a pele mais frágil e mais propensa a se romper;
- incontinência: fraldas ou lençóis molhados aumentam a umidade na região sacral, o que deixa a pele mais sensível;
- nutrição: a deficiência de proteínas, vitaminas e minerais compromete os tecidos da pele e sua integridade;
- pressão arterial: a irrigação de sangue em tecidos sob pressão é mais difícil em pessoas com pressão baixa.
Como é feito o tratamento?
O tratamento das úlceras por pressão seguem alguns princípios básicos. O primeiro é que, se alguma condição de saúde contribui ou é a causa da lesão, ela deve ser tratada. A diabetes, por exemplo, aumenta a chance de surgimento de lesões e retarda a sua cicatrização.
Outro princípio é o de aliviar ou reduzir a pressão sobre as proeminências ósseas para evitar mais danos e prevenir que mais lesões surjam. A nutrição da pessoa precisa ser otimizada, pois ela é essencial no processo de cicatrização.
Por fim, o curativo da lesão deve ser realizado por profissionais de enfermagem, para limpeza do local e utilização de materiais que ajudam e promovem a cicatrização.
Saber os locais mais comuns para o aparecimento de úlceras por pressão e ter outras informações sobre o tema são fatores importantes para que o problema seja evitado.
Agora que você já sabe onde elas costumam aparecer com mais frequência, saiba também o que são as lesões por pressão exatamente.